segunda-feira, 20 de julho de 2009




A minha Lua


Amanhecia. Via-se a lua ainda com um sorriso feliz de noite de pândega, branca e esburacada lembrando uma hóstia prestes a ser absorvida pela bocarra azul do mundo. Estava quase a tocar a muralha circular da Fórnea, diria que a escassos metros, e apetecia ir lá e mexer-lhe com as mãos. Divaguei. Lua, ó feiticeira lua... Estás tão longe e, no entanto, quase tocas a espinha dorsal desse dinossauro adormecido que é a montanha que enxergo da minha janela aberta aos pirilampos! Quantos segredos escondes tu com esse rosto de mica para me apetecer uma escalada e tocar-te com a mão, acariciar-te a face de sorriso angélico?... Se no teu lado mais escuro está um homem que corta silvas por castigo divino, então eu sou um extravagante lunático e Diana, embora caçadora de arco e flecha, matando corços e veados no bosque enluarado, é a minha deusa predilecta...
.

1 comentário:

  1. Acho que não é porque a minha lua também me fascina que gosto deste pequeno texto. É apenas porque o acho fascinante.

    ResponderEliminar